domingo, 2 de novembro de 2008

SAUDADES...

Sentir saudade de uma pessoa que morreu é uma das piores sensações que existem, com certeza. Afinal, você sabe que, pelo menos fisicamente, o ente querido não vai estar com você nunca mais. Para os mais crentes, talvez depois da morte Deus, que é todo misericordioso, permita que nos encontremos novamente. Mas é difícil pensar nessas coisas cinzentas, ainda mais num dia de finados chuvoso.

Acordei com o ribombar monstruoso de um trovão e, meio que involuntariamente, comecei a pensar nas várias pessoas que se foram da minha vida. Eram parentes com os quais eu me dava muito bem, às vezes nem tanto, amigos que eu esperava ver no outro dia sentados nas suas carteiras na escola, mas que forçosamente sumiram. Da noite para o dia. Pensei também no meu pai, da última vez que nós empinamos pipa. Eu tinha uns três anos ou um pouco menos. É a única lembrança que tenho dele. Talvez pela dor que sentia por conta das várias feridas pueris na boca. Talvez pelo sorriso iluminado dele ao ver que, enfim, eu tinha pegado jeito com o novo brinquedo que ele passara a tarde inteira fazendo.

Tinha vinte e sete anos. Se foi quando um cara que eu não conheço e nem pretendo conhecer bateu com sua 4x4 no carro dele. Minha mãe nunca mais viu ele voltar pra casa. E a minha irmã, que estava para nascer, não conheceu o pai, nem que fosse por um pensar distante.

Quase catorze anos depois e eu me acostumei. Quando vejo a foto perto da TV, dos meus pais dentro do carro em direção à festa depois do casamento, eu sorrio. Pois eu sei que ele ainda vive. Em algum lugar nas palavras que ouço de pessoas que o conheceram ou quando me dizem que eu sou extremamente parecido com ele, não fosse a tonalidade um pouco mais parda da pele, herança da minha genitora.

E neste dia de dor para tantas pessoas no mundo inteiro eu mando meus sentimentos. Aos leitores do blog, em especial.

7 pessoas não são caloteiras! Viva! \o/:

Publisher Girl disse...

Eu nem lembrava que hj é dia de finados. Essa data não me entristece. Vejo a morte como algo bastante natural e inevitável, como de fato é, mas tanta gente tem pavor.
Ao se perder uma pessoa mt querida, a saudade passa a ser boa, leve, sem o pesar do sofrimento.
Meus sentimentos.

Leo Pinheiro disse...

Marx falava que a morte é uma manifestação capitalista...

Pq manifestamos o sentimento de perda, e não o pesar pelo sofrimaneto de quem foi. Faz sentido.

Pedro Junior disse...

Bom, a morte faz parte do nosso ciclo é inevitável não passar por isso, por isso considero algo natural. é triste no momento da perda, mas depois eu acredito q as coisas são di boa :)
Não sou mt ligado nisso de ir no cemitério apenas em dias marcados para vender mais velas e flores... mas enfim td dia é dia de lembrar de pessoas qe formam e de certa foma ainda são especiais em nossas vidas...

T+
Passa lá no Visão depois
Abraços

Mr. Rickes disse...

Não curto esse negocio de dia de finados e velorio e tal. Na verdade sou contra. penso que as pessoas quando morrem deveriam doar seus orgaos e ser cremadas. Mas a palavra Saudade é a mais linda de todas.

• blogaritmox • disse...

Sinto muito pelo seu pai, cara.
Não podemos mensurar a sua dor, mesmo assim respeito e estimo o fato de você tentar, a cada dia, superar isso.

abraço

Anônimo disse...

que barra..gostei da visão capitalista da morte

http://blogpaporapido.blogspot.com/

Nat Valarini disse...

Boa tarde!

Não conhecia seu blog, mas foi uma 'feliz visita' eu ter vindo por aqui e ter lido justamente este post.

Eu entendo a sua dor. Também perdi entes queridos para a morte, em especial, meu pai, quando eu tinha sete anos.

O que eu posso compartilhar a este respeito é que nunca pára de doer, Às vezes a gente até tenta não lembrar que a pessoa partiu, lembramos dos bons momentos, aí a dor dá espaço para a saudade.

Gostei muito desta postagem!